Querido Professor:
Tem coisas que o senhor não sabe sobre mim.
Não sabe, por exemplo, que, assim como o senhor, eu estou me adaptando aos novos tempos da educação.
Logo que começou o ano letivo, procurei o diretor da escola e me informei sobre o currículo. Ele me explicou as “diretrizes” (foi essa palavra mesmo que ele usou) sobre a educação no Brasil e o que elas dizem sobre o currículo escolar.
Eu sei, professor, que o senhor é craque nesse e em outros assuntos que dizem respeito ao ensinar-aprender. Portanto, não vou falar nisso, pois quem sou eu para tanto? Vou continuar apenas relatando algumas coisas que aprendi e uma coisa que não consigo entender.
Assim, professor, aprendi que o senhor gostaria que eu desenvolvesse certas habilidades e atingisse determinadas competências.
Descobri também que existem duas idéias: uma chamada interdisciplinaridade e outra chamada contextualização, que estão sendo aplicadas em nossa escola – o diretor que falou.
Ele me falou também que a escola pretende me preparar para o “exercício da cidadania”, segundo a lei 9394/96. Ele procurou a cópia da lei para me mostrar, mas não estava em sua gaveta.
Mas, tudo bem. Eu fui no cyber, entrei no google e consegui o texto da lei 9394/96, que tem como nome completo: “Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”. E, realmente, está lá, no artigo 2º, falando sobre o “exercício da cidadania”.
Novos tempos, certo professor? Uma “nova realidade educacional”, foi o que disse o diretor.
Então, professor, por que é que o senhor disse que eu vou ficar reprovado por meio ponto? Deixa de ser mão de vaca, véi!
Arredonda a nota aí, fessô!
Santa Inês, 24 de maio de 2007.
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